INTERNACIONAL – Pesquisador da Universidade do Minho fala sobre a cultura como eixo transversal da Agenda 2030

Manuel Gama coordena a Redes de Cooperação Cultural – Laboratório Criativo, na Universidade do Minho

“A cultura contribuiu para o desenvolvimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), porque ela promove a resiliência e amplia oportunidades para os cidadãos, além de favorecer o diálogo”. Assim, o investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, de Portugal, Manuel Gama, ressaltou a importância da cultura na Agenda 2030, instituída pela ONU. Evidenciar a presença da cultura nos 17 ODS, apresentar alguns dos resultados dos dois primeiros anos de implementação do projeto no Brasil e estimular as instituições a desenvolver projetos e enquadrados na Agenda foram os objetivos da palestra “Cultura e Desenvolvimento: Projetos Culturais em Redes e a Agenda 2030”. O evento, promovido pela Cátedra Giusfredo Santini, no dia 7 de abril, reuniu estudantes, pesquisadores, docentes e agentes culturais da região.

 

Doutor em Estudos Culturais e Sociologia da Cultura, o convidado explicou que o projeto “Cultura e Desenvolvimento: Projetos Culturais em Rede e a Agenda 2030”, desenvolvido desde 2019 em Portugal,” foi estendido para o Brasil, em maio de 2020, por conta de parcerias com entidades de sete estados brasileiros. Com isso, já foram identificados 1.586 projetos culturais, desenvolvidos por 986 entidades, de 24 estados brasileiros.

 

Desde o mês de março no Brasil, Manuel Gama já esteve promovendo palestras e capacitação de agentes culturais na capital paulista, em Curitiba, Itajaí e Florianópolis. Está no Ceará e virá para Mogi das Cruzes e para o Rio de Janeiro. Desenvolveu atividades na Universidade Federal do Paraná, na UNISANTOS e estará na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

Estudantes, docentes, pesquisadores e agentes culturais participaram do evento

O pesquisador português ressaltou que é evidente a relação da cultura nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mas que é preciso achar mais evidencias sobre a real importância desta temática. “Os objetivos criados pela ONU são para dar uma visibilidade maior para questões práticas, entre eles a governança na cultura”, ressaltou o palestrante que destacou a importância dos agentes culturais, uma vez que a Agenda 2030 é abrangente e ambiciosa, lembrando que ela aborda várias dimensões do desenvolvimento sustentável nos âmbitos social, econômico e ambiental.

 

REFLEXÃO – Na visão do produtor cultural Edgar Henrique Siqueira, esse tipo de debate é fundamental para que as pessoas fiquem cientes sobre a importância dos objetivos do desenvolvimento sustentável. “Nessa palestra as pessoas ficaram cientes sobre como seguir os ODS e como eles estão interligados, pois assim vamos saber como integrá-los com os nossos objetivos na cultura”, ressaltou.

 

Produtora cultural e membro do Conselho de Cultura de Santos, a jornalista Catharina Apolinário disse que a palestra abriu um leque de opções para o trabalho que vem desenvolvendo nessa área. “Essa palestra mostra a importância dos estudos dos ODS porque tem muita informação para ser discutida, nesse tempo de obscurantismo das políticas públicas. Eles só ressaltam que devemos discutir para saber o que fazer”.

 

Catharina Apolinário
Edgar Henrique Siqueira

Representantes do Projeto Cultural UNISANTOS, os professores Manoel Roberto Lopes e Reinaldo Martins participaram do evento e trocaram experiências na área cultural. Por meio da Cátedra Giusfredo Santini também será discutida a viabilidade de uma pesquisa para conhecer a realidade cultural dos estudantes e funcionários administrativos e docentes.

 

AGENDA 2030 – Aprovada pela ONU, em 25 de setembro de 2015, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são desdobrados em 169 metas. Trata-se de um contrato social mundial. Os objetivos são: 1- Erradicação da Pobreza; 2- Fome Zero e Agricultura Sustentável; 3- Saúde e Bem-Estar; 4- Educação de Qualidade; 5- Igualdade de Gênero; 6- Água Potável e Saneamento; 7- Energia Limpa e Acessível; 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico; 9- Indústria, Inovação e Infraestrutura; 10- Redução das Desigualdades; 11- Cidades e Comunidades Sustentáveis; 12- Consumo e Produção Responsáveis; 13- Ação Contra a Mudança Global do Clima; 14- Vida na Água; 15- Vida Terrestre; 16- Paz, Justiça e Instituições Eficazes; e 17- Parceira e Meios de Implantação.

 

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