CULTURA – Comitê busca título de Patrimônio Mundial para fortificações da região

Secomandi apresentou parte de sua pesquisa

“Arquitetura e Engenharia Militar: por elas veremos o Brasil edificado”. Essa foi a palestra ministrada pelo professor emérito da UNISANTOS, o coronel Élcio Rogério Secomandi, na noite do dia 28 de março, na Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS). O evento foi a primeira apresentação pública dos trabalhos iniciais do Comitê Técnico para o estabelecimento de diretrizes, conceitos e demais ações para a elaboração do dossiê técnico referente às Fortificações de São João e Santo Amaro da Barra Grande, no âmbito da candidatura do Conjunto de Fortificações do Brasil a Patrimônio Cultural da Humanidade, instituído pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Representante da UNISANTOS, o professor doutor Cesar Bargo Perez também participou da mesa de abertura e destacou a importância do envolvimento da comunidade vizinha ao monumento e de toda sociedade da Região Metropolitana da Baixada Santista.

 

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, o professor doutor Élcio Secomandi apresentou parte da pesquisa que desenvolve sobre a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande e sobre o Forte São João, que está disponibilizado no portal da UNISANTOS no espaço denominado Educação Patrimonial, que trata de todas as ações educativas, de construção de novos conhecimentos, que levam em conta o patrimônio cultural, de acordo com a definição do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

 

Mesa de abertura contou com representantes de de instituições que integram o Comitê

PERTENCIMENTO – Coordenador da Assessoria de Relações Institucionais da UNISANTOS, o professor doutor Cesar Bargo  falou sobre a importância do Comitê Técnico para que estes fortes sejam os primeiros monumentos do Estado de São Paulo com status de patrimônio da humanidade. Ele, que esteve no evento como representante da Superintendência do Iphan em São Paulo e seu Comitê para Candidatura do Conjunto de Fortificações Brasileiras a titulação de Patrimônio da Humanidade, ainda destacou a importância de envolver a comunidade neste processo, para que todos tenham a sensação de pertencimento com relação as edificações.

 

Também estiveram na mesa de abertura: Rui Evangelista dos Santos, presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos; general Hedel Fayad, representante da Fundação Cultural do Exército Brasileiro; Roberto Lemos dos Santos Filho, membro do Conselho Internacional de Museus e Sítios Históricos no Brasil; Júlio dos Santos, representante da Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM); Marcelo Nicolau, secretário de Cultura do Guarujá; Ney Carlos da Rocha, secretário de Turismo, Esporte e Cultura de Bertioga; e o professor Élcio Rogério Secomandi, membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.

 

Autoridades e representantes da sociedade civil prestigiaram

PATRIMÔNIO MUNDIAL – Uma das responsáveis pela recuperação da  Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, a Universidade Católica de Santos tem atuado no sentido de preservar e valorizar as fortificações coloniais do Brasil. Dentre as ações, em 17 de junho de 2016, a UNISANTOS e o International Scientific Committee on Fortifications and Military Heritage (Icofort) assinaram termo de cooperação técnico-científico.

 

Além disso, a UNISANTOS faz parte de um Comitê Técnico, criado pelo IPHAN, que trabalha para que a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, de Guarujá, e o Forte São João, de Bertioga, recebam o título de Patrimônio Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).

 

FORTALEZA DA BARRA GRANDE – Erguida em 1584, durante o reinado de Felipe II da Espanha e I de Portugal, a Fortaleza de Santo amaro da Barra Grande passou por diversas reformas que lhe deram maior capacidade bélica. Seu último tiro foi disparado em 20 de setembro de 1893, durante a Revolta da Armada. Seu desarmamento foi determinado em 6 de abril de 1905. Sede do Círculo Militar de Santos, foi tombada em 1967 e entregue ao antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

 

A Sociedade Amigos da Marinha também ocupou o monumento. Após a sua desocupação, na década de 70, começava a fase de decadência. Abandonada, o maior conjunto arquitetônico militar do Estado de São Paulo deteriorou-se rapidamente. Em 1991, a Fortaleza da Barra ressurge como protagonista de uma nova história, por conta da iniciativa da UNISANTOS  na formação da Comissão de Trabalho/Fortaleza, que reunia representantes de instituições públicas e privadas, com o objetivo de recuperar o monumento quinhentista.

 

A partir daí, começaram a surgir os efeitos positivos da iniciativa da UNISANTOS, que, desde 1984, desenvolvia projetos comunitários, com foco na inserção social, em Santa Cruz dos Navegantes, bairro vizinho ao monumento. A assinatura de um protocolo de intenções, em 1993, entre a UNISANTOS, a Prefeitura Municipal de Guarujá e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), selou o compromisso para as ações necessárias de restauro e preservação. Uma série de projetos, estudos, pesquisas, atividades de lazer, turismo e educação foram realizadas. A conscientização de sua importância e a sua recuperação foram inevitáveis e o monumento ressurgiu, passando a ocupar o cotidiano não só da comunidade vizinha, mas de toda Região Metropolitana da Baixada Santista.

 

AÇÕES – Entre as inúmeras iniciativas,  com o objetivo de sensibilizar a comunidade, autoridades e a sociedade em geral, foram realizadas as seguintes atividades:   Iluminação natalina envolvendo a capela, casa de comando, arcos, muralha e minaretes; inauguração do atracadouro e entrega de embarcação da UniSantos; inauguração de placar com a contagem regressiva para o ano 2000; celebração da palavra; formaturas; sessões solenes; provas aquáticas; lançamento de livros; Auto de Natal; apresentações teatrais; concurso de slogans, poesias e contos; lançamento de selo alusivo; inauguração da obra “Vento Vermelho”, do artista plástico Manabu Mabe (1924 – 1997); show pirotécnico; e desfile naval.

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