Com foco na inclusão social, 30 estudantes do 3º semestre do curso de Jornalismo pesquisaram, elaboraram pauta, visitaram instituições, entrevistaram responsáveis e beneficiados por projetos e programas sociais, e produziram matérias para publicação digital. As atividades fizeram parte do Projeto de Prática Curricular de Extensão Universitária “Inclusão Social em Santos”, da disciplina “Reportagem e Edição Jornalística”.
O projeto teve início com um debate sobre a diferença de inclusão (integração e valorização) e acessibilidade (espaço, produto ou serviço). Assim, os estudantes puderam selecionar instituições e projetos, a partir de uma visão crítica e uma abordagem voltada para uma questão-problema: Como ocorre, de fato, a inclusão? Com essa visão, elaboraram pautas, agendaram visitas, realizaram entrevistas e redigiram as matérias, sob a orientação do docente responsável pela disciplina, o professor mestre Robnaldo Fidalgo Salgado.
Como resultado, foram criadas duas publicações digitais: O “Jornal O Caiçara”, da turma da manhã (Clique AQUI) e o “Jornal do Amanhã”, da turma da noite (Clique AQUI).
EXPERIÊNCIAS


“Foi uma ótima experiência. Ir até o local da entrevista faz com que a ‘conexão’ com o entrevistado seja ainda maior. O aprendizado foi conseguir analisar com clareza o ‘outro lado da moeda’, o lado dos marginalizados e excluídos da sociedade. Isso me trouxe uma compreensão ainda maior sobre o assunto. A acessibilidade para todos é muito necessária, mas incluí-la de forma efetiva é uma ação ainda maior e mais essencial”, diz o estudante Vitor Lima Senna, que fez a matéria sobre a Pastoral Cáritas Solidária, que auxilia pessoas em situação de rua.
Segundo Raquel Fraga Veiga, a atividade foi uma experiência enriquecedora, por conta da temática voltada para a inclusão social. “Para além do desenvolvimento das capacidades técnicas, relacionadas ao jornalismo, como a escrita, a realização de entrevistas e a edição do material, o caráter humanístico do tema abordado está em alinhamento com a formação proposta pela Universidade, que vai além da teoria e busca formar profissionais sensíveis às questões sociais”, declara a estudante que elaborou a matéria sobre o projeto “Empresto as Minhas Pernas”, que promove acessibilidade às praias e inclusão.
Para o estudante Eduardo Moura Santos, que fez a matéria sobre o restaurante-escola “Estação Bistrô”, a experiência foi única. “Todas as pessoas que me atenderam e conversaram comigo foram extremamente atenciosas. Entender a história de vida desses jovens me despertou do quanto a inclusão, em um ambiente adequado como o restaurante, é importante. Em muitos lugares, essa inclusão não existe”, diz.


INCLUSÃO INDÍGENA
Isabelle Camile Longobardi Ré conheceu a realidade dos indígenas depois de elaborar a matéria sobre a inclusão de indígenas na educação superior. “Durante a experiência, compreendi que a inclusão indígena no ensino superior vai além da oferta de vagas: ela requer respeito à identidade, valorização das línguas nativas, suporte acadêmico e psicológico, e a construção de espaços de diálogo intercultural”, conta a estudante. Ela ainda destaca que foi importante perceber como o conhecimento tradicional indígena pode e deve dialogar com o saber acadêmico, enriquecendo ambos. “A experiência foi muito enriquecedora e me fez refletir sobre o papel da educação como instrumento de justiça social. Muitas vezes, temos uma visão limitada e estereotipada dos povos indígenas, e foi impactante perceber a luta diária desses estudantes para afirmarem suas identidades e conquistarem seus espaços. Percebi o quanto ainda precisa ser feito para garantir uma educação inclusiva”, enfatiza.