CIÊNCIA – Pesquisador na Alemanha, egresso de Farmácia é um dos responsáveis por descoberta de molécula que pode contribuir no tratamento contra o câncer

Atualmente, Ricardo Serafim atua como pesquisador em universidade alemã

Egresso do curso de Farmácia da UNISANTOS, o professor doutor Ricardo Augusto Massarico Serafim é um dos integrantes da equipe de cientistas que anunciou a descoberta de uma molécula que pode inibir o crescimento da proteína MPS1, envolvida no desenvolvimento de tumores, e possivelmente torne-se um novo tratamento contra o câncer. Atualmente pesquisador da Universidade de Tübingen, na Alemanha, Ricardo lembra que tudo começou na Universidade Católica e Santos. “A UNISANTOS foi onde tudo começou. Comecei a me tornar cientista e ter a curiosidade científica na UNISANTOS, onde fiz estágio e iniciação científica”, explica.

 

Além das experiências vividas no Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Ipeci), o pesquisador também destaca a qualidade do corpo docente e da grade do curso de Farmácia para sua formação. “Outro ponto importante de ressaltar é a base sólida (do curso). Hoje trabalho na área de química medicinal e a parte de química, principalmente a química orgânica, foi muito forte. Juntamente com a oportunidade que tive de fazer iniciação científica, foi muito importante para a minha formação como pesquisador”, salienta. Ricardo também fez parte do diretório acadêmico e da atlética e lembra que passava o dia todo na Universidade. “Foi um período muito bacana pelo fato da UNISANTOS me ofertar tudo isso e considero que aproveitei bem”, completa.

 

PESQUISA – A pesquisa vem sendo conduzido no Centro de Química Medicinal (CQMED) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os próximos passos envolvem o aprimoramento da molécula e a realização de testes em animais de laboratório e em células tumorais humanas. O alvo da investigação – a MPS1 (monopolar spindle 1 kinase) – é uma proteína que pertence à classe das quinases e desempenha um papel crítico no controle da divisão celular. A superexpressão dessa proteína tem sido associada a uma variedade de tumores sólidos, entre eles os de mama, pâncreas, glioblastoma e neuroblastoma.

 

“É um avanço bem significativo. Essa proteína (MPS1) tem se mostrado bem importante quando está muito ativa, digamos assim, em alguns tipos de tumores sólidos. O achado do nosso estudo foi conseguir inibir essa proteína por meio de um novo mecanismo de ação.  Ainda é uma etapa bem inicial dos estudos, ainda são muitos anos para aprimorar essa molécula, mas se tudo ocorrer bem, podemos ter uma nova possibilidade de medicamento”, explica.

 

Ricardo compõe a equipe de profissionais brasileiros e alemães que têm trabalhado no projeto. Antes de tornar-se pesquisador da Universidade de Tübingen, onde realizou estágio com apoio da Fapesp, ele atuou no CQMED. Hoje classifica-se como ‘privilegiado’ por fazer parte deste time e estar envolvido nesta pesquisa. “É um sentimento muito bom. Sou um dos primeiros autores do trabalho e fico muito feliz de trabalhar com pesquisadores renomados tanto no Brasil quanto na Alemanha. São dois grupos muito fortes e fica um sentimento de privilégio de poder fazer parte”, conclui.

 

Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Journal of Medicinal Chemistry.

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