
Os desafios de uma política de patrimônio que busca se relacionar com os campos mais diversos, como as gestões urbana e ambiental, e os direitos humanos e culturais. Com essa abordagem, especialistas discutiram “O Condepasa e os desafios para o fortalecimento da salvaguarda do patrimônio cultural material”, na quinta-feira (3). O evento marcou o início das comemorações dos 60 anos do curso de História da UNISANTOS.
Participaram da mesa-redonda o historiador, professor Reinaldo Martins, que foi secretário de Cultura durante o mandato da prefeita Telma de Souza (1989-1992), quando foi criado o Condepasa – Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos; e os arquitetos, Marina Destro e Vanderlei Hassan, do Órgão Técnico de Apoio (OTA) à entidade. Os palestrantes falaram tanto as questões históricas referentes ao surgimento e desenvolvimento do Condepasa, bem como os desafios que o Conselho enfrenta atualmente. Destacou-se que o Condepasa foi instituído como um órgão autônomo e deliberativo, uma inovação para a época, garantindo independência em suas decisões sobre o patrimônio da cidade.

Também foram abordados os instrumentos de apoio financeiro para a preservação dos bens, como os recursos provenientes do Programa de Ação Cultural (ProAC) e da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). No entanto, eles pontuaram as dificuldades enfrentadas, como a burocracia, a necessidade constante de diálogo entre órgãos públicos e sociedade, a desvalorização do espaço público e o impacto da especulação imobiliária.
PCG – O debate reforçou a importância da educação patrimonial e da consciência coletiva para a preservação dos bens tombados, destacando que a proteção do patrimônio é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público e a comunidade.
Segundo o coordenador de História, professor mestre Paulo Fernando Campbell Franco, o objetivo do evento, que marca a abertura das comemorações do curso, foi promover um diálogo com os estudantes de História e Arquitetura e Urbanismo sobre a política de patrimônio. “O debate também reforçou o Projeto de Pesquisa Curricularizada da Graduação (PCG), intitulado ‘O aprendizado da História por meio do patrimônio cultural’, que vem sendo desenvolvido pelos estudantes de História desde 2024”, ressaltou.