Dados Gerais

GRUPO DE PESQUISA: PEDAGOGIA CRÍTICA: PRÁTICAS E FORMAÇÃO

Coordenação: Prof. Drª. Maria Amélia Santoro Franco

Histórico do grupo

O grupo tem suas raízes no anterior, iniciado em 2007, que se denominava Práticas Pedagógicas: pesquisa e Formação, já coordenado por Maria Amélia Santoro Franco. Tendo como sustentáculo epistemológico a pesquisa CNPq que se denominava incialmente “Observatório da Prática Docente: compreender para transformar”, compreendendo 4 fases:

Fase 1: Observatório da Prática Docente: um espaço para compreensão/transformação das práticas, aprovado pelo CNPq no Edital de Bolsa Produtividade/2007-2010; Fase 2: Observatório da Prática Docente: um artefato investigativo para compreensão/transformação das práticas, este aprovado pelo CNPq no Edital de Bolsa Produtividade/2010-2013; Fase 3: Observatório da Prática Docente: da compreensão/transformação das práticas aos fundamentos didático-pedagógicos. CNPq. Edital de Bolsa produtividade/2014-2017. Fase 4: Observatório da Prática Docente: dos fundamentos pedagógicos à organização didática da prática docente. (2017-2019).

Os conhecimentos produzidos no transcorrer de tais fases foram consolidando a percepção de que as práticas pedagógicas decorrem de uma determinada concepção epistemológica da Pedagogia. Esses conhecimentos reforçaram nos membros do Grupo que a Pedagogia só poderia se constituir em sua essência, na perspectiva da criticidade, dialeticidade e politicidade. Sem esses ingredientes ela se torna uma mera tecnologia de treinamento de corpos e mentes. Assim, optou-se pela centralização da temática do Grupo na própria Pedagogia Crítica.

Assim o Grupo passou, em 2020, a denominar-se Pedagogia Crítica: práticas e formação.

Fundamentos epistemológicos

Frente a uma sociedade com enormes diferenças sociais e econômicas, a Pedagogia tem como imperativo ético constituir-se na dimensão crítica, comprometendo–se com a justiça cognitiva, por meio da crítica sistemática às condições e estruturas geradoras e mantenedoras de desigualdades sociais.

A P.C compromete-se com a lógica dos oprimidos, a favor de práticas de Emancipação, que visem à ação crítica para a construção de uma sociedade consciente e atenta às condições estruturais de dominação.

Para tanto, faz pesquisas e investigações para a compreensão de práticas pedagógicas que operam na perspectiva de formação do pensamento crítico. Essas práticas, concebidas como emancipatórias, buscam construir processos de emancipação das condições de opressão social.

A Pedagogia crítica busca a voz e o protagonismo dos silenciados, dos excluídos e marginalizados, convidando-os à escuta crítica, ao diálogo pedagógico e à conscientização de seu lugar social e das possiblidades de elaboração de outras racionalidades éticas, éticas, políticas não lineares, não excludentes, não predatórias.

A Pedagogia crítica propõe uma didática decolonial, intercultural e participativa, na perspectiva de um conhecimento plural e multidimensional, sempre problematizado e contextualizado histórica e culturalmente.

A P.C. configura-se eminentemente como uma prática política, não neutra, fundada em princípios da dialética, na triangulação entre educação, política e poder e na compreensão das contradições inexoráveis desta dinâmica.

Os principais fundamentos teóricos advêm de Paulo Freire; Henry Giroux, Peter Mc Laren; Michel Apple; Santoro Franco; Bell Hooks, estudos críticos da Escola de Frankfurt e os tensionamentos postos por Boaventura de Souza Santos.

Linhas de pesquisa:

  1. Pedagogia Crítica, Formação e profissionalização de docentes.
  2. Práticas pedagógicas na Educação Básica e no Ensino Superior.
  3. Pesquisa-Ação Pedagógica e formação de docentes.

Bibliografia

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APPLE, Michael. AU, Wayne, GANDIN, Luís Armando. Educação crítica. Análise Internacional. Porto Alegre: Artmed, p. 100 – 114, 2011.

FRANCO, Maria Amélia Santoro. A Pedagogia como ciência da educação. São Paulo. Cortez. 2005.

FRANCO, Maria Amélia. Pedagogia crítica: A radicalidade da dialética dominação-resistência. Livro do Endipe. Rio de Janeiro. 2020.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 14 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

FREIRE, Paulo.; MACEDO, Donaldo. Alfabetização: leitura do mundo leitura da palavra. 11 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2022.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 16 ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e Terra, 2021b.

FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. 13 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2021c.

FREIRE, Paulo. SHOR, Ira. Medo e Ousadia – O Cotidiano do Professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

FREIRE, Paulo. Conscientização. Tradução de Tiago José Reis Leme. São Paulo: Cortez. 2016.

FREIRE, Paulo. Consciência e história – Carlos Alberto Torres. Diálogo e práxis educativa – uma leitura crítica de Paulo Freire. Tradução: Mônica Mattar Oliva. São Paulo: Loyola, 2014. Os textos originais de Freire encontram-se no Acervo Paulo Freire disponível em: http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/handle/7891/1628.

FREIRE, Paulo. Política e Educação. 8 ed. rev ampl. Indaiatuba/SP: Villa das Letras, 2007.

FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler em três artigos que se complementam. Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo, Cortez/Autores Associados, 1982. (1989, Recurso eletrônico).

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. 11. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1992. FREIRE, Paulo. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1993.

FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? 13.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. FREIRE, Paulo.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 33.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013

GIROUX, Henri. Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

HOOkS, Bell. Ensinando o pensamento crítico. Editora Elefante. São Paulo, 2020

HOOkS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo. Martins Fontes. 2017

KINCHELOE, Joe L.; MCLAREN, Peter. Repensando a teoria crítica e a pesquisa qualitativa. In DENZIN, Norman K.; LINCOLN, Yvonna S. O planejamento da pesquisa qualitativa – teorias e abordagens. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 281-313.

MCLAREN, Peter. A vida nas escolas. Uma introdução à pedagogia crítica nos fundamentos da educação. 2ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997

SANTOS, Boaventura Sousa. Porque é tão difícil construir uma teoria crítica? Revista Crítica de Ciências Sociais, 54, p. 197-215, 19.

SOUSA SANTOS, Boaventura de. Pela mão de Alice. O social e o político na transição pós-moderna. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2000a.

SOUSA SANTOS, Boaventura de Sousa. Introdução a uma ciência pós-moderna. 3. ed. Rio de janeiro: Graal. 2000b.

SOUSA SANTOS, Boaventura de. 2019, p.46 – Fim do Império Cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. 1. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica Editora. 2019.

SCHMIED-KOWARZIK, Wolfdietrich. Pedagogia Dialética: de Aristóteles a Paulo Freire. São Paulo: Editora Brasiliense S.A., 1974.

 


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