Pesquisa revela estresse ocupacional em agentes de segurança penitenciária

O trabalho desenvolvido pelos agentes de segurança penitenciária favorece para a ocorrência do estresse ocupacional, considerando sua exposição a um ambiente naturalmente tenso e imerso em condições que envolvem riscos cotidianos. Assim, o Núcleo de Pesquisas em Educação em Saúde Coletiva, do Mestrado em Saúde Coletiva da UNISANTOS, apurou parte dos resultados do projeto de pesquisa “Estresse Ocupacional de Agentes de Segurança Penitenciária, no Centro de Detenção Provisória Dr. Luiz Cesar Lacerda, de São Vicente/SP”, que contou com financiamento do CNPq.

Entre os principais fatores estressores presentes no trabalho dos agentes de segurança, estão: as condições de trabalho, a valorização/desvalorização da função, o impacto causado nas relações pessoais e sociais, e a natureza do trabalho que envolve a sensação de risco iminente.

Para avaliar os níveis de estresse quanto à situação funcional, as condições e os impactos gerados na vida pessoal, foi aplicada uma pesquisa qualitativa, com 11 agentes, com no mínimo seis meses de trabalho na unidade prisional. A coleta de dados, realizada entre abril e agosto de 2012, constou de questionário sociodemográfico, Job Stress Scale e entrevista com roteiro. 

Coordenada pela professora doutora Rosa Maria Ferreiro Pinto, contou com a participação da professora doutora Amélia Cohn, do Mestrado em Saúde Coletiva, das professoras Luzana Mackevicius Bernardes e Joice Maria Pacheco Antonio Fernandes, do curso de Enfermagem, de Magda Lúcia Novaes Silva e Aparecida Favoreto Makhoul, pesquisadoras associadas, de Eliana Oliveira Pedreira Lima e Thiago Borges Gouveia, alunos do Mestrado em Saúde Coletiva, de Flávia Rodrigues da Silva, aluna de Psicologia, do Programa de Iniciação Científica, e Renato Carvalho Donato, agente de segurança e pesquisador associado. 

População carcerária – No mesmo local, o Núcleo de Pesquisas em Educação em Saúde Coletiva já havia realizado uma pesquisa entre os encarcerados, entre julho e dezembro de 2011. Saúde, raiva, revolta, vergonha, arrependimento e tristeza foram os sentimentos mais relatados na pesquisa “Emoções e Representações do Processo de ser População Carcerária, no Centro de Detenção Provisória Dr. Luiz Cesar Lacerda, de São Vicente”

Em busca de conhecer a história dos detentos e a dinâmica da vida prisional, a pesquisa, com 18 encarcerados, uma psicóloga e uma assistente social que atuam no local, revelou que o cotidiano prisional é marcado pela ociosidade, relações de poder e luta pela sobrevivência. Verificou-se ainda que os impactos sofridos pelo encarceramento vão além do preso, pois atingem também suas famílias.

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