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Vila São Jorge é tema do projeto Memória Viva
Prefeitura Municipal de Santos
novembro/2005
 
Ruas de terra e esgoto a céu aberto, casas a se contar nos dedos, mas moradores unidos e dispostos a encontrar soluções para os tantos problemas da Vila São Jorge, em meados do século passado. Para Secundino Duarte Perez, 67 anos, as histórias do bairro onde morou até pouco tempo estão marcadas de tal forma em sua memória, que os relatos são lembrados com riqueza de detalhes. Esta semana, ele gravou depoimento para o Projeto Gente da Cidade – Memória Viva, promovido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom).

“Pela dona Consuelo, nós ainda estaríamos lá”, confidencia Secundino, referindo-se à esposa, que tem saudades do tempo em que morava na Vila São Jorge, em um chalé de madeira, bastante simples, casa que ainda existe na Rua Luis Campos Moura, 361, modificada por várias reformas. Ali o casal teve dois filhos e morou durante 34 anos. “Fui parar na Vila São Jorge porque um colega de trabalho colocou a casa à venda, simpatizei-me com o local e comprei”, conta.

Naquela época, problemas é que não faltavam no bairro. Secundino tornou-se conhecido na Vila São Jorge e, para colaborar com os moradores – “gente disposta a enfrentar dificuldades, reivindicar e não sossegar enquanto não fosse atendida” -, voltou a estudar, formando-se nos colégios municipais Vila São Jorge e Cidades Irmãs (atual EE Neves Prado Monteiro). “Foi na escola, com várias gerações, que meus contatos e amizades se firmaram com a comunidade.”

Secundino também ganhou prestígio entre as autoridades, como o ex-prefeito Antônio Manoel de Carvalho, que, junto com Albina Rodrigues dos Santos - responsável à época pela sociedade de melhoramentos do bairro, composta somente por mulheres -, o apoiaram para ser o primeiro presidente da Sociedade de Melhoramentos da Vila São Jorge, em 1972.

Durante o tempo em presidiu a entidade, várias ruas foram asfaltadas, a rede de esgoto instalada e criadas duas classes do então curso primário, que não existia na região. Além disso, foi instalada a rede de telefonia, entre outros benefícios. Mas depois de reformar a casa em três oportunidades, Secundino acabou mudando da Vila São Jorge. “Nunca quis sair de lá, mas devido às enchentes, tive que me mudar”, disse, acrescentando que não passa pela cabeça vender a casa.

Hoje, a Vila São Jorge é um dos bairros menos carentes da Zona Noroeste, contando com excelente transporte, escolas e posto de saúde. “Me orgulho muito de ter morado na Vila São Jorge, tenho lembranças de uma vida feliz, pois além de ter constituído minha família, contribui para a transformação do bairro”.

FONTE: website Oficial da Prefeitura Municipal de Santos