Presidente do CBH-BS, Alberto Mourão, apresenta planos para sua gestão à frente do Comitê
27 de novembro 2025
Prefeito recebeu a reportagem da Agência de Notícias da Água com exclusividade, em seu gabinete, para expor seus planos e pontos de vista sobre a questão hídrica e ambiental da Baixada Santista.
Da Agência de Notícias da Água
O Prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, foi eleito presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista (CBH-BS) para a gestão 2025-2027. O chefe do executivo praia-grandense, que já foi presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas da Baixada Santista por três vezes, em 1996, 2003 e 2019.
Para Mourão, o grande desafio atual para a questão hídrica é a liberação de recursos para obras e projetos que beneficiem a sociedade. “Você tem bastante recurso, mas percebe que ele fica parado no sistema burocrático”, afirmou. Segundo ele, é preciso superar a burocracia para agilizar os investimentos necessários nos municípios.
Para ele, o recurso hídrico é fundamental para o desenvolvimento da região. “A vida humana depende dos recursos hídricos. A gente vive da necessidade da água potável. O conflito do futuro será a água e para nós, a balneabilidade está ligada aos rios limpos, porque tudo vai desaguar no mar.” E completa: “a partir do momento que você tem investimentos maciços em saneamento básico e recursos para as outras águas e obras necessárias, você torna as praias mais balneáveis, desenvolvendo o turismo, a atividade industrial precisa de água, a atividade econômica precisa de água”.

Mourão explica que a região depende da água que desce a Serra do Mar e, por isso, o CBH-BS estendeu suas ações e ‘subiu a Serra’. “Qualquer coisa que acontece na Serra prejudica a nossa captação de água, nenhuma cidade da Baixada é independente.” De acordo com o prefeito, a integração entre os municípios é fundamental.
A visão do prefeito é de que não se pode apenas se restringir à água, mas a uma série de políticas públicas cujo efeito será o de preservação dos mananciais. “A partir disso, todas as ações de preservação desse espaço, onde obras necessárias e complementares, que não sejam saneamento, mas efetivamente sejam de macro e micro drenagem ou consciência coletiva de preservação do espaço urbano, na questão da reciclagem, por exemplo, destino final dos resíduos sólidos, vai impactar na região como um todo”.
O prefeito defende, ainda, a participação da sociedade nesse processo, por meio do consumo consciente, ou como ele mesmo chama de “consumo de cidadania”, pelo qual você evita o desperdício. Segundo ele, as pessoas precisam se envolver. “Você precisa ser um fiscal do desperdício, e não dizer que isso não tem nada a ver comigo. Tem, porque lá na frente quando não tiver água potável pra beber, sentir sede, você vai lembrar daquilo que você não fez lá atrás, na questão de agir nesse aspecto.”

A questão dos vazamentos é fundamental, para Mourão, pois na Baixada Santista, onde vivem quase dois milhões de habitantes, há uma rede de milhares de quilômetros de tubulações. Uma das causas desse desperdício é a ocupação urbana inadequada que leva a essa situação de desperdício e um dia vai faltar água para todos. Para enfrentar esse problema, defende a “regularização fundiária faz um papel importante nisso, porque a partir da regularização, órgãos como a Sabesp pode agir dentro desses espaços, regularizando esses ‘gatos’ e ‘rabichos’ e no fim acaba acontecendo vazamentos exagerados de água.” Defende, também a prática do reuso da água da chuva para lavar garagens e alguns espaços na área industrial, para que a sociedade possa fazer a “economia da água potável, até porque ela não existe em quantidade suficiente”.
CBH-BS
Para Mourão, a unidade metropolitana é fundamental, apesar do Comitê ter se estendido para outras cidades, o maior consumidor deste Comitê é a Baixada Santista. “É preciso ter a consciência de que é importante a participação de todos, não só os atores principais que são as prefeituras, mas também os atores do setor civil. A sociedade civil organizada é a que mais fácil vai dialogar com todos. A Universidade vai dialogar todos os dias com os estudantes. O setor industrial está ali, abrindo o diálogo com as indústrias e com o setor comercial.”

Segundo o prefeito, o Comitê é uma caixa de ressonância dos anseios da população, um catalizador dos problemas regionais e é formado por diversos setores da sociedade. “As informações são concentradas aqui ou distribuídas para nós por meio dos outros comitês regionais ou o comitê central. Eu acho que a gente precisa ter a percepção de que não é a vaidade de estar no comitê, mas entender o seu papel é dialogar com o seu setor que representa”.
Para finalizar, o prefeito Alberto Mourão faz um questionamento para a sociedade, no sentido de despertar individualmente a consciência de preservação ambiental. “O que nós, cada um de nós está fazendo, de forma individual, para melhorar este ambiente”.
Assista a entrevista na íntegra, clicando AQUI.