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SANDRA LIA
Baseada em uma história real, a autora Sandra Lia Rodrigues Franco narra a busca por um diagnóstico e uma melhor compreensão das dificuldades de Pedro, para ajudá-lo em sua inclusão social e escolar.
 
 
:: Entrevista na íntegra
 
1.Por que a escolha de uma escrita técnico-científica para o livro?

Se eu penso em mães, profissionais que tenham pessoas na família ou como pacientes que tenham alguma necessidade especial, eu tenho que me utilizar de uma linguagem científica para poder abranger uma gama de profissionais. E é uma narrativa, também, na medida em que eu cronologicamente monto uma história, só que existem idas e vindas no tempo. É uma mescla de uma narrativa com questões técnico-científicas.

2.A sua formação, que é bastante variada, tem algo a ver com essa busca?

Sim, a minha formação está totalmente aí nessa obra. Porque eu sou pedagoga, então quando eu lido com alunos, crianças, adolescente, eu lido com educação. Eu fiz letras, e foi onde eu aprendi a escrever, a fazer as narrativas. Depois eu fiz psicologia, que foi o curso que me deu embasamento nas dificuldades educacionais, de aprendizagem. O meu mestrado foi em psicologia da saúde, que é totalmente voltado a esta área e na Comunicação Social, que foi meu doutorado, foi todo na psicologia, mas eu migrei para comunicação por uma necessidade da universidade e eu estudei o aluno universitário. Então de alguma forma eu falo de educação e saúde há todo momento, e são as coisas que embasam minha vida acadêmica.

3.E essa ampla formação ajudou na busca por um diagnóstico?

Com certeza, se não fosse a formação que tenho, eu não sei se teria essa condição de escrever. Porque não é a mãe que escreve, além de mãe também é uma pedagoga, psicóloga, é uma pessoa que lida com a mídia. Então existe uma mescla das profissões que eu tenho e que resultaram numa obra literária.

4.De modo geral, como você vê a sociedade organizada, na integração dessas pessoas com necessidades especiais?

Eu acho que a sociedade, em sua grande maioria, tem o desejo, mas ainda não está preparada. E eu acredito que se a escola fizer uma parceria efetiva e eficaz com a comunidade que ela atende, as necessidades especiais serão contempladas. Na medida em que houver essa mescla educação, no sentido escola, com uma visão que a educação serve à comunidade. Então, se eu tenho crianças que tem necessidades especiais e eu trago a comunidade para a minha escola, eu mostro essas crianças e mostro que elas ensinam a comunidade a viver de uma forma mais gostosa.

5.Nesse processo de busca, qual foi o seu maior aprendizado?

Eu acho que são vários aprendizados. Em primeiro lugar que eu aprendi a lidar com o diferente, porque eu sou e sempre fui uma pessoa muito metódica, muito estudiosa, não pode faltar uma vírgula, não pode haver um erro de língua portuguesa e meu filho me ensinou a entender que existem expectativas frustradas, que o diferente é importante. A partir dos rituais dele eu me tornei menos ritualista, isso na questão mãe-filho. Na questão da pedagogia, da pedagogia, da educação, eu comecei a perceber que o nosso cérebro, a cabecinha dessas crianças é diferente, são diferentes umas das outras. Então quando eu respeito essa pessoa eu acabo aprendendo com ela também. Um aluno meu pode me dar um determinado tanto, outro aluno vai me dar outra coisa, e jamais vai ser aquilo que eu acho que ele tem que me dar. Ele vai dar aquilo que ele pode, cabe a mim mediar e ajuda-lo no crescimento, mas não incutir ou colocar coisas minhas na cabeça dele.
E na questão da psicologia eu aprendi a ouvir mais as famílias que me procuram, a ter uma escuta muito mais tranqüila, que essa situação me leva a pensar, refletir quantas pessoas lidam com essas dificuldades e às vezes a gente não tem muita clareza, então eu simplesmente aguardo que ela emerge, aparece.

Sobre a autora:

Sandra Lia Rodrigues Franco é formada em Psicologia, Letras e Pedagogia pela Universidade Católica de Santos. Possui Mestrado em Psicologia da Saúde e Doutorado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo. É titulada em Psicologia Clínica e Social, Psicoterapia Breve, Psicopatologia com ênfase em Psicossomática, Hipnoterapia Educativa, e pós-graduada em Psicologia Hospitalar. É Docente da Universidade Católica de Santos e trabalha como consultora na área da Educação, por meio de capacitação e palestras educativas.
 
 
 
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